terça-feira, 8 de março de 2011

Expectativa

E começa o ano e o primeiro post só vem em Março. Ano novo, vida nova. Tudo mudou mas nada mudou.
Depois de passar 2 semanas no Brasil voltei pra Paris meio assim "mais ou menos". A gente se habitua à distância e às saudades quando não pensa nelas. Mas vai reencontrar todo mundo e lembrar como é bom estar perto de quem se ama?... A volta é muito pior. Parece que de novo partimos pela primeira vez. A adaptação é caótica e tudo parece péssimo.
O frio é mais gelado, o céu é mais cinza, a comida tem menos gosto e as pessoas nem são tão divertidas. Mas tudo passa.
Já estou de volta há quase 2 semanas, as coisas finalmente começam a voltar ao normal. Mas e agora? Comecei o ano com uma mudança radical de planos: voltar pro Brasil por um ano. Ao mesmo tempo que não queria, sabia que era preciso e agora não me aguento mais por aqui. Quero voltar correndo e conto os dias. Falta pouco, mas sei que quando chegar em casa vou morrer de saudades daqui. A gente nunca está satisfeito!
Mas é engraçado, depois de um ano na França e de voltar de férias ao Rio começo a amar e odiar os dois lugares com a mesma intensidade. É difícil escolher um preferido. Me fez muito bem ver no Brasil como as pessoas são tão calorosas e simpáticas, tinha me esquecido disso. Indo pra casa do meu pai a pé um porteiro que estava varrendo a rua parou e me pediu desculpas por atrapalhar minha passagem. Fiquei tão sem reação que me senti mal, ele está fazendo o trabalho dele e eu posso muito bem me desviar. Aqui, além disso nunca acontecer as pessoas ainda te fazem se sentir culpado por tudo e qualquer coisa somente com um olhar fulminante.
Por outro lado achei o brasileiro muuuito descuidado. Todo mundo meio feio, meio largado, meio sem elegância. Os bares à beira da praia, por mais turísticos e batidos que sejam encheram meus olhos. Ver uma vista linda tomando um suco num fim de tarde com pôr do sol alucinante não tem preço. Além do mais aqui em Paris, fazer qualquer coisa ao ar livre é sempre difícil ao menos que seja mês de julho e calor insuportável.
A falta de educação é comum aos dois países mas de forma diferente. Aqui as pessoas tem uma educação quase ética. Eles são educados pq a regra é essa, não é uma coisa espontânea, então a falta de educação sempre parece uma grosseria. E no Brasil a falta de educação é mais rústica, mais feia e grotesca, visto que as pessoas normalmente são mais gentis.
O Carnaval a gente nem comenta! Aqui não tem nada, as aulas continuam normalmente e a gente só lembra que tá perdendo um festão pq todo mundo some do msn e facebook e só aparece pra postar as fotos fantasiado ou doidão no meio de vários blocos. O único sinal que soube de carnaval aqui foi uma festa que perdi pq dormi demais (na véspera tinha trabalhado até muito tarde).
A vida segue e começam os preparativos pra volta. Arrumar malas, empacotar tudo, jogar metade fora, resolver o que fazer com tanta tralha que foi acumulada em apenas um ano. E em menos de 3 meses eu saio de casa pra voltar pra casa.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Com o pé direito SEMPRE!

E mais um ano termina... Como passou rápido! Ultimamente passa cada vez mais rápido. Mas tanta coisa aconteceu que meu ano foi bem preenchido! Retrospectiva 2010:

Janeiro - comecei o ano em Floripa, conheci pessoas maravilhosas, me diverti muito na virada. Chegando em casa descobri que a Graviola, minha filhote de cruz credo, tinha fugido de casa. 3 dias mais tensos do ano eu diria. Pouco sono, muita correria, muito cansaço e alívio depois com o reencontro. O ano já começou com muitas emoções! Na volta aniversário do Rondon, super animado e muita festa já nos preparativos pra vir pra França.

Fevereiro - Continuação dos preparativos pra viagem, estudando francês, escrevendo a tese, e bebemorando muito. Nem lembro de mais nada marcante de fevereiro.

Março - Carnaval bombou! Minha despedida foi o máximo, com todas as pessoas queridas por perto. Camila voltou do Canadá, e dia 15 saí do Brasil. Portugal por duas semanas pra matar as saudades da família e dia 28 eu cheguei em Paris encantada. Logo na primeira noite saí com a Paula pra comemorar e no segundo dia conheci a francesa mais especial de todas, Fabienne, que mora no meu coração até hoje.

Abril - Primeira prova na Femis.

Maio - Raïssa em Paris. Conheci o João. Viajei pra Chambéry e não passei na Femis. Comecei a trabalhar.

Junho - 1 final de semana em Portugal pra ver minha mãe. Copa do Mundo. Início de namoro. Maria em Paris.

Julho - Aniversário, desespero pra achar apartamento, mudança, férias em Portugal (12 horas de trem).

Agosto - Finalmente no meu castelinho.

Setembro - As primeiras visitas, muita diversão. Tati veio morar comigo.

Outubro - Início da facul de maquiagem. Mais visitas: Ludy, Bella, Pamela, Humberto. Muitos passeios lindos! Viagem pra Amsterdam e Bélgica. Férias na faculdade.

Novembro - Comecei a trabalhar no restaurante mexicano. Larguei de lado ser babá.

Dezembro - João foi embora... Rafa, pai e Maria aqui. Férias na faculdade. Um Natal estrangeiro super divertido e muita comida!

Agora pronta pra entrar em 2011 com tudo! A diferença é que aqui em Paris eu não sinto aquela energia de fim de ano como no rio. Não sei se pq estou trabalhando muito ou pq tem sempre gente nova por aqui...mas sair de casa em dezembro no Rio é totalmente diferente. Vc sente no ar que o espírito das pessoas mudou, o sol tá a pino, as ruas vão ficando vazias, as pessoas mais felizes e animadas, tudo decorado, vestido fresco e sandália no pé, desculpas perfeitas pra água de coco na praia ou cerveja na esquina! Aqui o frio só aumenta, neve, muita neve. Outro dia me peguei andando na rua com frio, sono, fome e muita preguiça. Mas ainda tinha que andar um tanto pra chegar em casa. Olhei pro alto, vi a neve, as árvores com o cume branquinho e comecei a rir sozinha. Fiquei feliz de me ver aqui. E fiquei pensando que sempre morei numa cidade tão linda e poucas vezes me abobalhei com a natureza e com o céu do rio. Então achei melhor ficar feliz por estar morando em Paris, que tanta gente sonha em morar, mesmo estando cansada, com fome e com sono. A gente perde tanto tempo reclamando das coisas que se esquece de dedicar uns segundos pra falar bem ou apreciar. Que linda a neve, que fresquinho o ar, que delícia a vida!

Para 2011 minha listinha contém:
-visitar todos os meus amigos e dizer a eles o quanto os amo e o quanto são importantes pra mim
-passar o máximo de tempo grudada com a minha família aproveitando enquanto estão por perto
-fazer novas amizades, aprender, estudar, me dedicar, conhecer, fuxicar, perguntar, me informar
-ter sabedoria e paz de espírito pra resolver os problemas e paciência para as inevitáveis burocracias
-saúde para que eu possa bebemorar
-muitas gorjetas no restaurante
-energia pra continuar trabalhando e estudando e ainda assim começar a estagiar

E para o mundo eu desejo boas energias, amigos, sucesso e muitas realizações sempre!
Do resto a gente corre atrás!

Feliz 2011 e muita mandinga pra todos, que uma fézinha não custa nada!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

ET

Toda vez que penso nesse post acho que já está tarde demais para escrevê-lo, afinal fazem quase 9 meses que estou na Franca. Mas diariamente me acontece algo que me faz pensar que vou me sentir como um et pra sempre sendo estrangeira. Assim que cheguei aqui escrevi pra uma tia minha contando as diferenças de cultura e ela me disse: "vc está sentindo como um peixe fora d'água". Mas hoje em dia acho que na verdade não sou só eu que estou fora d'água, mas o olhar que o mundo tem sobre o estrangeiro é sempre diferente. Fiquei pensando tanto nisso que comecei a me sentir mal de como sempre tratei os estrangeiros no Brasil. Sinto sempre um misto de orgulho e curiosidade com aquela pessoa que saiu da sua casa pra viver uma outra vida em outro lugar totalmente diferente. Mas quando somos nós tudo muda de figura, mesmo os gestos mais simpáticos e bem intencionados. Lembro-me do primeiro dia de aula, todos deveriam se apresentar e falar um pouco da sua história pois segundo a professora de artes isso nos ajudaria a construir nossa carreira e nossa criatividade. Estava nervosa, com medo de falar errado e dizer besteira e comecei a me mexer na cadeira, abraçar os braços, cruzar as pernas, tirar e colocar o casaco. A professora se vira pra mim e pergunta se estou com frio. Disse que não, tudo bem. Logo em seguida foi a minha vez de falar e quando disse que era brasileira todos começaram a rir. Talvez por pensarem: "óbvio que ela está com frio, vem do brasil". Minha professora me pergunta então que tipos de animais, cores, florestas e sabores temos no Brasil e o que é mais diferente. Me senti como no desenho dos Simpsons. Sim, temos uma variedade maior de frutas, animais e flores, mas acho que o preconceito estava dentro de mim quando pensei que todos achavam que eu morava na floresta. No trabalho, quando vou atender uma mesa, tem sempre alguém que faz uma piada que eu não entendo e quando fico sem graça o riso é generalizado. Quando falo com sotaque pedem preu repetir a palavra, acham "fofinho", e meu chefe adora dizer que fala português: "é mto fácil malu, basta colocar o chi no final de todas as palavras que vira português". Outro episódio que me marcou muito foi quando numa aula teórica a professora estava ditando a matéria e eu fiquei parada prestando atenção. Ela parou o ditado, me olhou e falou: "vc não vai copiar não?" E eu respondi, "desculpe professora, mas é muito difícil acompanhar, depois eu copio o caderno de uma colega pq não quero escrever tudo na minha língua". Ela ficou sem graça, me deu os textos dela pra tirar cópia e todos os estrangeiros se manifestaram pedindo cópias também, embora ninguém tenha tido coragem de falar nada antes. Mais uma gargalhada coletiva. Mas hoje realmente foi a pior das experiências, embora eu já esteja mais descolada e já ria junto. Na aula de face painting, acabei cedo a minha maquiagem e perguntei pro professor se poderia ir embora. Ele disse que sim e me desejou boas festas. Depois me perguntou se eu tinha família aqui ou se eu iria ao Brasil passar o fim de ano. Falei que não pq vou trabalhar no Natal e no ano novo. Eis que ele começa a gritar na sala "Pessoal, Maria Luíza Tostes vai passar o Natal sozinha, eu repito, Maria Luíza Tostes vai passar o Natal sozinha. Alguém se habilita a convidá-la?" Queria me enterrar. Natal sozinha não é um drama e afinal de contas tenho dois amigos que vem pra minha casa, além da Tati que mora comigo e o namorado dela. Ainda estou tentando convidar a minha amiga coreana que tb não tem família aqui. Olhei pra ele e disse: "Não é verdade, vou passar com a Seing Yong (a coreana)." No final veio uma francesa (a que eu maquiei) e me falou: "Que viagem ele falar isso né, nada a ver." Pô, aí eu fiquei meio puta, pq nada a ver? ele tava querendo me ajudar não? Muito confuso esse mundo francês!
Tenho uma amiga austríaca no curso que me disse, "detesto quando as pessoas me tratam como a pobre estrangeira, bobinha que não entende direito o que a gente fala" ... é verdade, mas no fundo acho que se a gente se crê como a pobre coitada estrangeira isso faz com que os outros nos vejam assim. Nos primeiros dias de aula cruzei com uma menina da faculdade que veio falar comigo em inglês. É verdade que tenho mais facilidade em inglês que em francês, mas fiz questão de responder em francês. Se eu estou aqui é pq estudei, me dediquei, e sou capaz de falar a mesma língua que eles e de viver como eles. Afinal não consegui tudo o que tenho aqui do nada. Estou trabalhando já no terceiro emprego e os poucos amigos que fiz foi graças à minha personalidade, que é brasileira e que carrega toda a minha cultura e meu país com orgulho e amor! ET é a pqp!!!

domingo, 31 de outubro de 2010

Política

Hoje é o dia da decisão no Brasil. E aqui em Paris as coisas andam tão perturbadas quanto aí. Mas eu nem curto falar de política. Gosto de votar (tirei meu título com 16 anos quando nem era obrigada) e ajudar a decidir o futuro do meu país. Mas não sou o tipo de pessoa que senta numa mesa de bar e fica discutindo tal e tal candidato, analisando a situação, lendo o caderno de política do jornal. Acho chato, de verdade. Me cansa também as campanhas por facebook e afins. No entanto foram tantas pessoas me perguntando sobre as greves e como anda o caos em Paris e tanta gente brigando por candidato que resolvi me posicionar. Ou melhor, comentar como andam as coisas por aqui. Pra mim, chegar na França e descobrir que a maioria odeia Sarkosy foi tão surpreendente quanto descobrir que todos conhecem e amam o Lula. Na minha opinião seu governo teve pontos fortes e fracos, mas não quero entrar nesse ponto.
A verdade é que o mundo inteiro está um caos e ninguém sabe direito o que fazer. Aqui as greves estão tomando conta. Não cheguei a presenciar nenhuma manifestação caótica, mas Paulinha tem um video sobre isso na rua dela.
O que me tocou foram os metrôs mais lotados do que sexta-feira véspera de feriado, às 17hs na Central do Brasil e com atrasos de 15/25 minutos. Saí mais cedo de casa e passei alguns apertos mas nada de extraordinário. No entanto o clima é tenso. Hoje fui deixar a Pamela no aeroporto e quando estávamos na fila do taxfree acharam uma bolsa verde esquecida do lado do guichet. Foi o suficiente! Esvaziaram o local, anunciaram no alto falante a bolsa esquecida por uma hora e depois que o dono não apareceu a encaminharam para o setor de polícia e a destruíram. Isso tem acontecido constantemente nos meios de transporte parisienses. O alto falante fica o tempo todo anunciando "Não esqueçam suas bolsas/sacolas em nenhum lugar e se achar alguma avise IMEDIATAMENTE à polícia". Estão todos paranóicos. A Torre já foi esvaziada não sei quantas vezes com suspeitas de bombas e linhas do metrô que levam aos pontos turísticas fechadas por tempo indeterminado. O medo tomou conta. Além da greve que luta contra o aumento da idade mínima para aposentadoria, Sarkosy está querendo e conseguindo expulsar inúmeros estrangeiros ilegais. Acontece que Paris sobrevive deles e é aí que começa a confusão. A greve já dura 2 semanas ou mais, cada hora atacando um ponto. Na semana passada bloquearam os acessos aos depósitos de combustíveis. Fui à Belgica e meu trem tinha sido reduzido (cortaram alguns vagões). Resultado: viajei em pé, no meio do corredor entre os vagões, do lado do banheiro. E não fui a única. Acho que a maior parte do trem estava de pé. Quando cheguei na cidade de conexão a plataforma do meu trem só foi anunciada 2 minutos antes dele chegar. Uma correria só. Ninguém sabia se ele viria mesmo e só tínhamos 1 minuto para embarcar. Foi quando realmente senti na pele os efeitos da greve. Estou de férias até terça-feira. Parece que a situação está se controlando, mas aqui a gente nunca sabe o que esperar.
Por um lado dou graças a Deus de não ter que passar por essa decisão no Brasil, mas por aqui me sinto impulsionada a fazer alguma coisa, ou pelo menos entender a situação. Será que se eu estivesse aí também tentaria mudar as coisas?
Os valores mudaram tanto e ando tão decepcionada com as pessoas que nem sei. Esse post vai acabar assim, meio sem fim. Penso muito o tempo todo e não consigo concluir nada. Será que o mundo tem solução?

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

òia eu aqui òòòòòò

Depois de levar esporro ao vivo e em letras, resolvi aparecer! Ta bom, eu assumo que estava esperando manifestações contra minha ausencia. Sou dessas, adoro fazer um charme!
Mas vamos ao que realmente interessa....
Responder a uma pergunta: Cadê eu?
Não resisti a postar uma musiquinha pra embalar o post!
A resposta é simples: No primeiro andar do numero 49 da rue Juiverie, em Chambery mais um link: http://maps.google.fr/maps/ms?ie=UTF8&msa=0&msid=111700915059156983369.0004925d21aa55fd8cf1a&ll=45.565707,5.919043&spn=0.000982,0.002642&z=19

Ta bom, eu sei que devo escrever! Mas tudo isso foi pra começar o papo.
Sim, vida nova, num pais velho e num apartamento novinho em folha!
A vida ta delicinha, cobertorzinho magico de orelha para os dias frios, e muita coca zero para os de calor. Sim, eu recomecei a fazer dieta, parei de tomar cerveja e estou toda gracinha como dona de casa.
Muita informação? Pois saibam que isso nao é nem o começo!
Minhas aulas começaram, ja tenho professores preferidos e odiados, to cheia de planos pra ficar rica, aprendi a jogar xadrez, juntei as escovas de dentes, e chego no Brasil no dia 15 de dezembro!!

Eita preguiça essa minha!

FUI




terça-feira, 5 de outubro de 2010

E o outono chegou!

Todo dia alguém posta no facebook ou manda email celebrando a chegada da Primavera. Acho que nunca tinha me dado conta do quanto as pessoas festejam as flores, ou então esse ano, especialmente, elas estão festejando mais.
O fato é que como estou em Paris só vejo as flores desaparecendo dia após dia, as folhas caindo bem marrons e o frio chegando devagar e sempre com noites perfeitas pra queijos e vinhos!
Ao que me parece a Paula decidiu abandonar nosso blog de vez. Me dei umas férias pra ver se ela se animava mas já faz muito tempo que o abandonamos!
E hoje, nesse frio dia outonal de Paris que eu não tenho aula e só trabalho às 18hs, resolvi finalmente responder as duas últimas perguntas, uma do Jerson e uma do Renan: Como é vagar por Paris e pq as pessoas legais moram longe!
No final de semana recebi duas amigas do Brasil e no próximo recebo mais uma no meu humilde castelinho. Nesses momentos me pergunto pq as pessoas mais legais moram longe! Eu escolhi vir morar em Paris, sonhei e me dediquei a esse sonho por muito tempo e esse ano tive a possibilidade de realizá-lo. Não posso reclamar, não posso ficar triste e não posso me deprimir. Estou aqui por livre e espontânea vontade e não me arrependo de nada nunca. Não reclamo da cidade, amo tudo e acho tudo lindo. Mas se tivesse a oportunidade de mudar uma coisa, e só uma, certamente seria trazer os meus amigos pra cá. Família a gente tem sempre e sempre vai estar lá, sempre se fala e vem visitar. Os amigos, as pessoas legais, são como nós, pensam em coisas diferentes, rumam trilhos diversos, sonham e correm atrás dos seus sonhos. O tempo está passando, estamos QUASE virando adultos e cada um vai pra um lado. Somos pessoas criativas, mente aberta que queremos sempre mais e melhor! E assim cada um vai pra um lado. Por coincidência (embora eu não acredite nisso), tem bastante gente vindo pra Europa. O Brasil é lindo, me orgulho muito do meu país e longe de mim desvalorizar minhas raízes. Só que estou num momento frança, precisando conhecer coisas novas, absorver outras culturas, outras ideias e desenvolver pensamentos. Preciso crescer interiormente e evoluir como pessoa e cidadã. Não digo que não volto mais pro Brasil embora essa possibilidade aumente a cada dia, mas sempre volto pra ver as pessoas que amo e que fizeram de mim quem eu sou! Aliás, passagem marcada! Dia 12 de fevereiro, sábado, às 7 da manhã eu desembarco no Aeroporto Tom Jobim! Ai que emoção, vou rever as pessoas mais legais que estão tão longe de mim! E se alguém quiser vagar pelas ruas de Paris, é comigo mesmo!
A diferença de vagar por aqui de noite é obviamente a violência que é bem diferente daí. Mas também vê-se uma variedade de gente inimaginável! Pessoas de todos os tipos, estilos, religiões, pensamentos, cultura...é lindo! Todo mundo na sua, ninguém repara se vc saiu de pijama ou com uma meia de cada cor, o que no Brasil parece chocante! Você vê homens e mulheres lindos e elegantes, mendigos bem vestidos pedindo dinheiro e ratos enormes na beira do Sena. Bom, não tem boteco e quase não tem cerveja de garrafa (só vende nos supermercados). A bebida é cara e os bares fecham cedo. A paisagem é emocionante e mesmo na merda e morrendo de frio a gente sempre encontra uma casa diferente, uma árvore com folhas lindas, um monumento aqui e ali. Eu curto! E se tudo der errado eu canto e assim o tempo passa mais rápido!
Mas vcs tem que vir pra saber como é!
Meu castelinho está aberto!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Post Especial de Aniversário ou Por que existe a "birita"?

Bom, como todo mundo já sabe ou pelo menos deveria saber, sábado passado completei o meu primeiro quarto de século e já estou pronta para muitos outros!
Foi diferente comemorar longe de todos os meus amigos e sem ouvir a voz de todas as pessoas que habitualmente me ligam. Mas eu resolvi não pensar em nada por que desde que vim morar em Paris proibi a tristeza de conviver comigo. Na sexta fui ao samba no cafe La Plage (onde levo todos os meus amigos que vem me visitar em Paris) com a Paulinha, Fabienne e Douglas. Dançamos até o final, bebemos caipirinha não muito ruim e nos divertimos! Saímos de lá e como bons brasileiros que somos peregrinamos um pouco pela cidade luz. Acabamos em Chatelet, o bairro dos pubs, boates e diversão até de manhã. Contamos a história da irmã gêmea que foi separada da Paula desde de pequena e graças a mim se encontraram e muitas outras do mesmo nipe! Voltamos pra casa completamente bêbados às quase 5 da manhã depois de termos irritados os passageiros de um ônibus, tirado foto da calcinha da menina de mini saia e feito um táxi sair correndo de nós! Sim, somos especiais!
Sábado acordei no maior pique às 10 hs da manhã e Paula não me deu a menor bola! Fiz faxina na casa, postei no blog, recebi flores do meu pai, preparei mega café da manhã (que tomei sozinha) e só às 13hs minha amiga resolveu dar o ar da graça. Mas foi ótimo! Começamos o dia ouvindo xuxa e balão mágico, fazendo videos cafonas de maria chiquinha e escova de cabelo como microfone e provando pra nós mesmas que 25 é um número como outro qualquer podendo muito bem ser simplesmente 2 ou 5! A minha tarde foi dedicada à arrumação da mudança e malas, e preparação da festa.
À noite rolou super jantar a base de saladas pra celebrar meu momento light e muita caipirinha e caipisakê!
No domingo mais mudança e churrasco com direito a Mariana, carne de porco, cerveja e bolo com sorvete! Cheguei em casa já quase 1 da manhã, se não me engano!
Daí eu respondo: pra que serve a birita? Oras, pra tudo isso e mais um pouco! Na sexta serviu pra que aguentássemos dançar num lugar quente e pequeno durante duas horas com pessoas desconhecidas e ainda passearmos por Paris sem rumo e voltarmos pra casa às 5 da manhã. Serviu pra nos deixar tão felizes que conseguimos irritar todo um ônibus cantando Elymar Santos e Fagner (entre outros clássicos). Serviu pra assustar um táxi que ao nos ver caindo às gargalhadas no meio da rua deserta ligou o taxímetro e saiu do ponto com o carro vazio parando na próxima esquina!
No sábado ela foi ainda mais útil, pois uma vez que tenha abstraido a regra de não misturar antibiótico com álcool comecei logo cedo o esquenta e brindei ao som de Lua da Cristal e Plunct Plact Zum (ainda vou precisar da birita pra ter coragem de postar aqui o tal video que fizemos!)
À noite serviu pra entrosar 10 pessoas diferentes, de origens diversas, que não se conheciam e que só tinham em comum o amor à pessoa incrível que vos escreve! E deu super certo, ao final de meia hora todos se entendiam e um já mandava no outro de modo que não faltasse música, comida, bebida e assunto para todos!
No domingo ela serviu pra curar a ressaca dos dois dias anteriores, pra preparar a alma pra despedida de segunda, pra finalizar as comemorações dos 25 e pra temperar o churrasco!
Finalmente a birita serve pra deixar a minha vida muita mais colorida e divertida, seja acompanhando um momento de relax, relaxando em um momento de stress ou simplesmente ajudando a fazer novas amizades!